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O que é a Nutrição Bioindividual Autoimune?



Nós somos todos Bio-individuais: somos todos únicos em nossa composição e em nossa bioquímica individual. Todos funcionamos de formas diferentes, temos sentimentos e pensamentos diferentes, genes diferentes e portanto, necessidades diferentes.

Pensando assim, a interação com os alimentos que comemos, necessidades de nutrientes (vitaminas que vem dos alimentos e que produzimos no nosso corpo) e a tolerância a certos alimentos também será diferente para cada um de nós - mesmo que tenhamos por exemplo, o mesmo diagnóstico ou condição de saúde.


Você já se perguntou porquê a sua irmão ou irmã adora chocolate e você não? E porquê você ama queijo - mas outras pessoas da sua família não? E porquê você reage ou é mais sensível a certos alimentos, e outras pessoas não?


Para falarmos de Nutrição Bioindividual Autoimune, vamos ver de onde veio esse conceito de Bioindividualidade ou Bioquímica Individual.


A idéia de bioindividualidade é coisa antiga, muito antiga...


Nós pensamos diferente, agimos, sentimos e temos histórias de vida diferentes, nascemos com os mesmos órgãos, mas estes podem ter formatos diferentes como o Dr. Roger Williams estudou e publicou em seu livro, Biochemical Individuality: The Basis for the Genetotrophic Concept.

Neste livro riquíssimo, ele diz que:

"A idéia de que existem variações bioquímicas vem de uma época bem distante da nossa, em que Hipócrates haveria caracterizado o homem como "aquele organismo infinitamente variável sem o qual a doença humana é impossível"

Todos nós ouvimos falar de Hipócrates, e desde aquela época ele já dizia que haveria variabilidades infinitas em cada organismo. Baseado nisso, a idéia de que somos todos bem diferentes já existia, e já era observado por ele.


Avançando na história, Sir William Osler , um médico canadense, citou emprestando as palavras de um outro médico, Parry of Barth, que disse:


"É muito mais importante conhecer que tipo de paciente tem a doença, do que conhecer o tipo da doença que o paciente tem".

Em tempos modernos, George W. Gray, professor de química orgânica americano, em seu artigo para a Harper's Magazine, "He who gets sick", faz uma interpretação das palavras de Hipócrates e diz que:


"Necessita-se de dois fatores para se fazer a doença: aquele que fica doente e o bicho específico que o morde".

Explicando a mesma idéia, ele diz que uma semente não é suficiente para fazer crescer uma plantação toda, deverá existir também um ambiente apropriado para que esta plantação possa crescer. É impossível então, a idéia de que exista um tipo de corpo apenas, e que este corpo responda da mesma forma a ambientes diferentes, ou ainda, de que corpos diferentes poderiam viver da mesma forma em um ambiente que seja igual para todos.


Até para que manifestemos uma doença, precisamos ser de uma determinada forma, o nosso corpo precisa ser constituído e funcionar de uma forma única - e precisamos sobretudo estar expostos a fatores específicos (genética, ambiente externo, nutrição, estilo de vida) para que uma condição de saúde se estabeleça.

Então podemos ver que a idéia de bioindividualidade, ou seja, de bioquímica individual dos seres humanos, como pudemos ver acima, já vinha sendo discutida e estudada, e existia muito antigamente. Essas idéias vieram evoluindo e sendo estudada ao longo dos anos.


Dr. Roger Williams foi um médico trouxe a frente este conceito de bioquímica individual. Ele estudou a fundo, observou e publicou inúmeros estudos e livros sobre o tema. Em seu livro Biochemical Individuality: The Basis for the Genetotrophic Concept, ele conta que diversos estudos foram feitos para fundamentar as suas afirmações.

Em dois estudos particularmente, dois grupos de homens "normais" com a mesma idade e características físicas similares tiveram amostras sangue retiradas repetidas vezes e analisados detalhadamente. A conclusão foi de que ninguém teve valores idênticos a ninguém, e entre as diferenças mais importantes observadas na análise de minerais foram: diferença de quase 6 vezes entre dois indivíduos em cálcio excretado, uma variação de quase 3 vezes em plasma magnésio, uma diferença de mais de 30% em conteúdo de sódio nas células sanguíneas, e outros níveis, diferentes entre os homens. Entre muitas observações, foi visto que não só apenas haviam certos valores acima ou abaixo do range normal para indivíduos específicos mas também de que mesmo sem considerar as posições nos intervalos, cada indivíduo exibiu um padrão bem distinto. Uma evidência abundante foi obtida destes dois estudos apenas, que sugerem a importância de estudar as individualidades bioquímicas e a sua relação com a suscetibilidade de várias doenças.


Baseado nisso e outros estudos, Dr Roger Williams concluiu que cada indivíduo é bioquimicamente único, e a necessidade nutricional e os fatores que o afetam diferem enormemente de outros indivíduos, mesmo que sejam da mesma família.

As variações individuais são inúmeras - o que nos torna únicos e individuais.

Logo, os nossos hábitos alimentares e estilo de vida também devem ser únicos para que atendam à necessidade biondividual de cada um de nós.


E é aí que entra a Nutrição Bioindividual


A Nutrição Bioindividual atua personalizando estratégias dietéticas e nutrição para atender às necessidades bioquímicas individuais e únicas de cada pessoa.


A Nutrição Bioindividual apóia-se nesta filosofia - e baseada em metodologia própria praticado pelo Bioindividual Nutrition Institute, integra dezenas de estratégias dietéticas e analisa detalhadamente as relações entre os sintomas e os processos bioquímicos que afetam o nosso corpo.


Empregando esta metodologia, podemos saber como os alimentos que comemos afetam os processos bioquímicos do nosso corpo, assim como a nossa bioquímica individual afeta como processamos/absorvemos/toleramos os alimentos.

Portanto, a maçã que é boa para mim, pode não ser boa para você, e assim por diante, porque somos todos bioindividuais em nossas características.


Os 5 Pilares da Nutrição Bioindividual


Quando eu considero a rotina alimentar ideal de cada indivíduo, aplico estes 5 pilares, ou os 5 R's da Nutrição Bioindividual:


- RECONHECER quais são os alimentos e componentes em alimentos que podem ser inflamatórios a uma pessoa, bem como as necessidades nutricionais específicas. Reconhecer diagnósticos, sintomas, reações alimentares e outros fatores como emoções, sentimentos, histórico familiar, genética etc.

- REDUZIR a exposição de componentes inflamatórios ou danosos, removendo/eliminando temporariamente se necessário para ALÍVIO dos sintomas e reações.

- RESTAURAR a saúde digestiva, microbioma, microbiota intestinal, as funções metabólicas e outros processos no corpo.

- REINTRODUZIR alimentos quando for possível, uma vez que uma rotina alimentar ideal promove a inclusão de nutrientes e não a sua exclusão, a não ser que seja necessário.

- REFINAR a rotina alimentar que é sempre algo dinâmico: muda com a condição atual de cada pessoa, necessidades atuais físicas, mentais e influenciadas por fatores ambientais.


A ciência da nutrição mais recente mostra que muitas crianças (e adultos) com doenças crônicas e neurológicas têm sintomas e reações relacionadas a compostos alimentares que vão além de glúten, caseína e soja, como: fenóis (salicilatos, histamina, glutamato), oxalatos, FODMAPs e outros.


Por isso que não podemos assumir que exista uma "dieta" que sirva a todos, que toda dieta Low Carb é boa para todos, ou cetogênica, ou zero amido vá ser boa para você. Talvez a sua rotina alimentar perfeita seja a combinação de todas - algo exclusivo para você - assim como a sua impressão digital.



A Nutrição Bioindividual Autoimune


Embora as doenças autoimunes tenham sido catalogadas (hoje conhece-se cerca de 140 doenças autoimunes) e identificadas, sabemos que os sintomas variam grandemente. Ainda que com o mesmo diagnóstico e doença, os sintomas de uma pessoa podem ser diferentes de outra pessoa - e portanto elas podem reagir de formas diferentes ao mesmo alimento (mesmo que seja anti-inflamatório!) e também terá necessidades nutricionais diferentes.


Por isso que é difícil dizer que exista uma só "Dieta Autoimune" - porque como já vimos, somos tão únicos e diferentes uns dos outros.

Eu particularmente não gosto e não uso muito a palavra "dieta". Porque dieta é algo que teria um começo e fim, e que teria restrições que podem nunca serem removidas.


Com a doença autoimune, todos os dias são importantes, assim como cada decisão alimentar que tomamos. O ideal é que você possa descobrir quais os alimentos que são melhores para você, quais pode consumir às vezes e quais têm que ser evitados. E muitas vezes a prática deste caminho, dessa forma de se alimentar torna-se a sua rotina alimentar - o que é diferente de ser uma dieta (é aí que empregamos a metodologia da Nutrição Bioindividual).


A Nutrição Bioindividual Autoimune combina então a metodologia da Nutrição Bioindividual (que considera as mais de 14 dietas especiais e ajuda a determinar a melhor diretriz estratégica através da análise da bioquímica individual, sintomas, preferências, diagnóstico e histórico de saúde de cada pessoa) com as recomendações nutricionais específicas para doenças autoimunes.


Nós sabemos que o mundo dos alimentos é vasto e maravilhoso, mas nem todos os alimentos que conhecemos como saudáveis são indicados para todas as pessoas que têm doenças autoimunes. Por exemplo, beringela, tomates e pimentões são vegetais nutritivos mas podem não ser bons para quem tem certas doenças autoimunes (por exemplo artite reumatóide) e alguns sintomas que são provocados pela intolerância a salicilatos por exemplo. Assim como frutas cítricas são cheias de vitamina C e nutritivas, mas não recomendadas para quem tem por exemplo, tireoidite hashimoto e intolerância a histamina.


Como você pode ver, não basta apenas saber quais alimentos são anti-inflamatórios - porque muitas vezes você poderá ter que evitar alguns deles, mesmo que sejam saudáveis.


Baseado no conhecimento da sua bioquímica individual e seus sintomas, uma rotina alimentar deverá ser criada só para você. Esta rotina mudará e sempre estará evoluindo, a medida que o seu corpo evolui e chega mais perto do equilíbrio.


Esta rotina alimentar, idealmente, deverá ser composta de alimentos:

  • Sinal verde (à vontade)

  • Sinal amarelo (moderação e cuidado quando o corpo está fragilizado/cansado)

  • Sinal vermelho (evitar)


Seguindo os seus próprios sinais, você dá a chance para o seu corpo se restaurar e ficar forte, de forma que mesmo que haja contato ou exposição a alguns alimentos que você tem que evitar, as consequências não sejam tão severas e que o seu corpo se recupere mais rápido.


Resumindo, a Nutrição Bioindividual Autoimune te ajuda a identificar quais são estes alimentos. Permite também que o seu corpo volte ou atinja um estado de saúde, em que você se sinta bem e sinta que tem controle da sua alimentação.


Quando temos controle da nossa alimentação (sabemos dos perigos!), podemos comer um pouco de tudo (dentro da nossa tolerância) e assim ter a liberdade de comer, sem medo e com clareza de como os alimentos que comemos interagem com o nosso corpo. Sem isso é como tentar dirigir um carro sem saber trocar as marchas, desacelerar, frear... e o pior, tentar dirigir um carro com o tipo de combustível errado. Já pensou no problema que isso pode dar?


Na Nutrição Bioinvidual Autoimune, além de considerar:

  • Sintomas e reações a certos alimentos/medicamentos

  • Desejos e aversões a certos tipos de alimentos

  • Estilo de vida e hábitos

  • Traumas, sentimentos e pensamentos

Consideramos também:

  • Estressores Ambientais

  • Expressão genética

  • Estado de saúde (atual e histórico)

  • Desequilíbrios bioquímicos

  • Deficiências nutricionais

  • Microbioma!


Porque tudo isso compõe o nosso lindo e complexo corpo. Somos um conjunto de tudo isso - e conhecer o nosso próprio corpo e do que ele precisa é a chave para o nosso equilíbrio!


Espero que você tenha gostado destas informações. Se tiver dúvidas ou comentários, entre em contato comigo!


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